Carlos de Orta Lobo de Ávila

Lobo d'Ávila
Carlos de Orta Lobo de Ávila
Lobo d'Ávila
Nome completo Carlos de Orta Lobo d'Ávila
Nascimento 17 de março de 1860
Lisboa
Reino de Portugal Portugal
Morte 9 de setembro de 1895 (35 anos)
Lisboa
Reino de Portugal Portugal
Nacionalidade Portuguesa
Ocupação Escritor, jornalista, político, deputado, ministro

Carlos de Orta Lobo de Ávila (Lisboa, 17 de Março de 1860 — Lisboa, 9 de Setembro de 1895), frequentemente referido por Lobo d'Ávila, foi um aristocrata, escritor, jornalista e político, que, entre outras funções, foi deputado às Cortes e ministro. Apesar de ter falecido com apenas 34 anos de idade, notabilizou-se nos meios intelectuais portugueses da época[1], sendo um dos Vencidos da Vida.

Biografia

Foi filho de Joaquim Tomás Lobo de Ávila, 1.° Conde de Valbom, e de sua mulher, Maria Francisca de Paula de Orta, filha de António José de Orta, 1.º Visconde de Orta, e de sua mulher Manuela de Jesús Thoronjo, Espanhóis, sobrinho paterno de Francisco de Paula de Gouveia Lobo de Ávila, Amândio José Lobo de Ávila e José Maria Lobo de Ávila e primo-irmão de Rodrigo de Gouveia Lobo de Ávila e Artur Eugénio Lobo de Ávila. Estava, assim, ligado por nascimento à aristocracia lisboeta e aos círculos financeiros e políticos.

Com pendor para as Letras, estreou-se em Lisboa, em 1878, aos 18 anos de idade, quando era estudante de Direito na Universidade de Coimbra, com a publicação de um livro de viagens intitulado Carteira de um Viajante : Apontamentos a Lápis, prefaciado por Manuel Pinheiro Chagas e destinada a ser publicada como folhetim no Diário da Manhã. Nesse período foi redactor o periódico Revista Literária, publicado em Coimbra e publicou, com Luís de Magalhães, um conjunto de folhetos de crítica social e política que apareceram com o título de Zumbidos.

Formou-se e obteve com distinção o grau de Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, mas em Junho de 1884, antes mesmo de obter a formatura, já era eleito Deputado às Cortes, representando o Partido Progressista em que também militava o seu pai. Partidário da Vida Nova, fez desde muito cedo parte do grupo que ficaria conhecido pelos Vencidos da Vida[2].

Jazigo de Carlos Lobo de Ávila e do seu pai, o Conde de Valbom, no Cemitério dos Prazeres

A 20 de Dezembro de 1893, substituiu Bernardino Machado no elenco ministerial do governo maioritariamente Regenerador presidido por Hintze Ribeiro, com a pasta de Ministro das Obras Públicas, Comércio e Indústria, ficando a sua passagem pelo cargo marcada pela restrição ao funcionamento das associações de classe decretada em Janeiro de 1894. A 1 de Setembro de 1894 transitou para a pasta de Ministro dos Negócios Estrangeiros, cargo que detinha quando faleceu.

Como Jornalista, redigiu em Coimbra, quando estudante, a Revista Literária, juntamente com Luís de Magalhães, opúsculos de crítica com o título de Zumbidos, e colaborou em jornais políticos e literários, com artigos e folhetins, e em diversos periódicos, com destaque para o Repórter, o Correio da Noite, o Novidades, A Tarde e, com a maior assiduidade, o Diário Ilustrado, onde usou, por vezes, de vários pseudónimos, especializando-se em análise política. Publicou no Diário Ilustrado um conjunto de artigos de análise e crítica sobre o projecto de revisão da Carta Constitucional da Monarquia Portuguesa, apresentado por José Dias Ferreira[3]. A mesma série foi publicada depois em folheto. Apesar de inicialmente crítico em relação ao projecto de revisão constitucional, foi Proprietário e Redactor do periódico O Tempo, por ele fundado a 2 de Janeiro de 1889,[2] que se tornou, mais tarde, o órgão do Partido Constituinte, liderado por José Dias Ferreira. Publicou, com diversos pseudónimos, artigos sobre temas diversos e folhetins. Completou e editou a obra em livro O Príncipe Perfeito, deixada inacabada pelo falecimento de Joaquim Pedro de Oliveira Martins, de quem fora amigo,[2] aproveitando e coligindo os apontamentos deixados pelo Historiador.

Também se encontra colaboração da sua autoria nas revistas A Semana de Lisboa [4] (1893-1895) e Branco e Negro[5] (1896-1898).

Era jocosamente conhecido por Carlotinha por causa das suas tendências homossexuais[2]. Faleceu aos 34 anos de idade, depois de regressar das Termas do Gerês, no Gerês, onde estivera a fazer uma cura de águas.

Notas

  1. «Portugal - Dicionário Histórico». www.arqnet.pt .
  2. a b c d «Nota biográfica em maltez.info». maltez.info .
  3. Os artigos foram depois reunidos numa monografia.
  4. Álvaro de Matos (29 de abril de 2010). «Ficha histórica: A semana de Lisboa : supplemento do Jornal do Commercio» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 3 de maio de 2016 
  5. «Branco e Negro : semanario illustrado (1896-1898) cópia digital, Hemeroteca Digital». hemerotecadigital.cm-lisboa.pt 
  • Vários, Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Editorial Enciclopédia, 2.ª Edição, Lisboa, 1989, Volume 15, p. 362

Ligações externas

  • Carlos Lobo d'Ávila: Discurso parlamentar
  • Artigo biográfico no Dicionário Histórico de Portugal
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António Maria de Fontes Pereira de Melo (interino) Rodrigo da Fonseca (interino) António Maria de Fontes Pereira de Melo (interino; continuação) Visconde de Sá da Bandeira (interino) Marquês de Loulé Carlos Bento da Silva António Serpa Tiago Augusto Veloso de Horta Marquês de Loulé (2.ª vez; interino) Joaquim Tomás Lobo de Ávila (interino) Duque de Loulé (2.ª vez; continuação; interino) João Crisóstomo Carlos Bento da Silva (2.ª vez) Conde de Castro José Maria do Casal Ribeiro João de Andrade Corvo Sebastião do Canto e Castro Mascarenhas Sebastião Lopes de Calheiros e Meneses Joaquim Tomás Lobo de Ávila (interino) Duque de Saldanha (interino) Marquês de Angeja Luís da Câmara Leme (interino) Carlos Bento da Silva (3.ª vez) Marquês de Ávila Visconde de Chanceleiros Carlos Bento da Silva (4.ª vez) António Cardoso Avelino Lourenço António de Carvalho João de Barros e Cunha Lourenço António de Carvalho (2.ª vez) Augusto Saraiva de Carvalho Ernesto Hintze Ribeiro (interino no final) António Augusto de Aguiar António Maria de Fontes Pereira de Melo (2.ª vez; interino) Tomás Ribeiro Emídio Navarro Eduardo José Coelho Frederico Arouca Tomás Ribeiro (2.ª vez) João Franco Visconde de Chanceleiros (2.ª vez) Pedro Vítor da Costa Sequeira Bernardino Machado Carlos Lobo de Ávila • Artur de Campos Henriques Augusto José da Cunha Elvino de Brito José Pereira dos Santos Manuel Francisco de Vargas Conde de Paçô Vieira Eduardo José Coelho (2.ª vez) João de Alarcão António Cabral José Pereira dos Santos (2.ª vez) José Malheiro Reimão João de Sousa Calvet de Magalhães Luís Filipe de Castro Alfredo Barjona de Freitas Manuel Moreira Júnior José Pereira dos Santos (3.ª vez)

Bandeira de Portugal (1830–1910)
Primeira República »
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Obras Públicas, Comércio
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