António Vicente Ferreira

António Vicente Ferreira
António Vicente Ferreira
42.º Governador-geral de Angola
Período 1926-1928
Antecessor(a) Artur de Sales Henriques
Sucessor(a) António Damas Mora
Dados pessoais
Nascimento 30 de abril de 1874
Lisboa, Reino de Portugal Portugal
Morte 29 de janeiro de 1953 (78 anos)
Lisboa, Portugal República Portuguesa

António Vicente Ferreira[1][2] ComAComSEGOICGCIC (Lisboa, 30 de Abril de 1874 - 29 de Janeiro de 1953), foi ministro das Finanças de Portugal entre 16 de Junho de 1912 e 9 de Janeiro de 1913, e de novo entre 30 de Agosto e 19 de Outubro de 1921. Desempenhou, também, as funções de ministro das Colónias de 15 de Novembro a 18 de Dezembro de 1923.

Biografia

Nascimento

Nasceu em Lisboa.[3]

Carreira militar

António Vicente Ferreira licenciou-se na Escola do Exército nas especialidades de Engenharia militar, civil e de minas; leccionou, como professor adjunto,[3] várias cadeiras na Escola do Exército entre 1910 e 1923. Atinge o posto de coronel em 1922.

Carreira profissional

Também leccionou, no Instituto Superior Técnico, a cadeira de Pontes e Caminhos-de-Ferro,[3] de 1913 a 1944. Ao longo da sua vida, exerceu diversas funções na administração pública, destacando-se a de Chefe das Oficinas de Luanda, entre 1902 e 1903, Director de Obras Públicas de São Tomé,[3] de 1903 a 1904, Engenheiro das Obras Públicas,[3] nos anos de 1909 e 1910, e de engenheiro da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, no período 1910 - 1914, onde teve, como colaborador, o engenheiro António Ferrugento Gonçalves.[4]

Em 1925, é nomeado Delegado de Portugal aos congressos dos Caminhos de Ferro, cargo que voltou a exercer em 1930, 1933, 1937 e 1938.

Escreveu, igualmente, várias obras sobre artilharia e engenharia, destacando-se as obras As Redes do Minho e Douro e Sul e Sueste, Navegação para as Colónias',[3] e a monografia O Engenheiro Duarte Pacheco (1944)

Carreira política

Na área política, Vicente Ferreira ingressou no Partido Unionista, passando, mais tarde, para o Partido Republicano Nacionalista. Desempenha o cargo de ministro das Finanças em dois períodos distintos: 16 de Junho de 1912[3] e 9 de Janeiro de 1913, e de 30 de Agosto a 19 de Outubro de 1921. Segue-se o cargo de ministro das Colónias[3] de 15 de Novembro a 18 de Dezembro de 1923.

Como ministro das Finanças, elabora lei que delega na Direcção-Geral da Fazenda Pública a gestão dos móveis e imóveis dos extintos Paços Reais. Extingue a Superintendência dos Paços e nacionaliza os palácios de Queluz, da Ajuda, de Belém, de Sintra, de Mafra, das Necessidades e da Pena.

Após cessar as funções ministeriais, após a Revolução de 28 de Maio de 1926, tem um lugar no parlamento como deputado de Tomar. Nesse ano, lavrou os decretos-lei que o governo da Revolução Nacional promulgou, que se referiam ao regime monetário de Angola e à instituição do Banco de Angola; colaborou, igualmente, na assinatura do acordo luso-belga de 1927.[3]

De 16 de Setembro de 1926 a 2 de Novembro de 1928, em plena Ditadura Militar, desempenha o cargo de Alto-Comissário em Angola.[3] Em 1935, é vogal do Conselho Superior das Colónias, e procurador na Câmara Corporativa, tendo sido, pouco depois, promovido a vice-presidente, tendo presidido às 4.ª e 5.ª comissões da Primeira Conferência Económica do Império Colonial Português;[3] em 1936 vogal do Conselho do Império Colonial, sendo seu presidente de 1946 a 1953. No ano de 1940, é vogal do Conselho Superior de Obras Públicas, presidindo entre 1943 - 1944.

Maçonaria

António Vicente Ferreira ingressou na Maçonaria, sendo iniciado em 1911. A sua passagem na Maçonaria foi polémica, na medida em que forneceu diversas informações à Comissão do Estado Novo, encarregada da extinção desta organização, traindo os princípios maçónicos.[3]

Condecorações e homenagens

Foi feito Sócio Honorário da Sociedade de Geografia de Lisboa, Comendador da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico a 28 de Junho de 1919, Comendador da Ordem Militar de São Bento de Avis a 5 de Outubro de 1922, Grâ-Cruz da Ordem de Leopoldo II da Bélgica a 15 de Janeiro de 1929, Grande-Oficial da Ordem do Império Colonial a 22 de Agosto de 1936 e Grã-Cruz da Ordem do Império Colonial a 3 de Dezembro de 1946.[3][5][6]

Morte

Faleceu em 29 de Janeiro de 1953, com 79 anos de idade.[3]

Ver também

Referências

  1. Ministério das Finanças e da Administração Pública[ligação inativa]
  2. Centenário da República
  3. a b c d e f g h i j k l m n «Os nossos mortos: Eng.º Vicente Ferreira» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 65 (1564). 490 páginas. 16 de Setembro de 1953. Consultado em 16 de Abril de 2014 
  4. «Eng. António Ferrugento Gonçalves» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 77 (1850). 454 páginas. 16 de Janeiro de 1965. Consultado em 16 de Abril de 2014 
  5. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "António Vicente Ferreira". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 8 de agosto de 2012 
  6. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Estrangeiras». Resultado da busca de "António Vicente Ferreira". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 4 de fevereiro de 2015 
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Basílio Teles (não empossado) José Relvas Duarte Leite Sidónio Pais António Vicente Ferreira • Francisco Fernandes Costa (interino) António Vicente Ferreira (continuação) Afonso Costa Tomás Cabreira António dos Santos Lucas Álvaro de Castro Joaquim Pimenta de Castro (interino) Herculano Galhardo José Jerónimo Rodrigues Monteiro (inicialmente interino) José Maria Teixeira Guimarães (interino) Junta Constitucional Tomé de Barros Queirós Vitorino Guimarães Afonso Costa (2.ª vez) António José de Almeida (interino) Afonso Costa (2.ª vez; continuação) António José de Almeida (interino) Afonso Costa (2.ª vez; continuação) Artur de Almeida Ribeiro (interino) Afonso Costa (2.ª vez; cont.) Artur de Almeida Ribeiro (interino) Junta Revolucionária António dos Santos Viegas • Francisco Xavier Esteves Joaquim Mendes do Amaral (interino) João Tamagnini Barbosa Ventura Malheiro Reimão • António de Paiva Gomes Augusto Dias da Silva (interino) António de Paiva Gomes (continuação) Amílcar Ramada Curto Francisco Rego Chaves António Maria da Silva Francisco Fernandes Costa (não empossado) António Maria da Silva (reconduzido) António Joaquim Ferreira da Fonseca Francisco Pina Lopes • António Maria da Silva (2.ª vez) Inocêncio Camacho António Granjo (interino) Inocêncio Camacho (continuação) Francisco da Cunha Leal Liberato Pinto (interino) António Maria da Silva (3.ª vez) Tomé de Barros Queirós (2.ª vez) António Vicente Ferreira (2.ª vez) Francisco António Correia • Francisco Trancoso • Vitorino Guimarães (2.ª vez) Albano Portugal Durão Eduardo Alberto Lima Basto Vitorino Guimarães (3.ª vez) Francisco Velhinho Correia António de Abranches Ferrão (interino) Francisco Velhinho Correia (continuação) João Vaz Guedes (interino) Francisco da Cunha Leal (2.ª vez) Álvaro de Castro (2.ª vez; inicialmente interino) Daniel Rodrigues • Manuel Pestana Júnior Vitorino Guimarães (4.ª vez) Eduardo Alberto Lima Basto (2.ª vez) António Alberto Torres Garcia Armando Marques Guedes

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Bernardino Machado João Chagas (interino) Augusto de Vasconcelos António Vicente Ferreira (interino) Augusto de Vasconcelos (continuação) António Macieira Afonso Costa (interino) António Macieira (continuação) Bernardino Machado (2.ª vez; interino) Alfredo Augusto Freire de Andrade Augusto Vieira Soares • Joaquim Pimenta de Castro (interino) José Jerónimo Rodrigues Monteiro Teófilo da Trindade José Xavier de Brito (interino) Teófilo da Trindade (continuação) Junta Constitucional Augusto Alves da Veiga (não empossado) Francisco Teixeira de Queirós Augusto Vieira Soares (2.ª vez) José Maria Norton de Matos (interino) Augusto Vieira Soares (2.ª vez; continuação) José Maria Norton de Matos (interino) Augusto Vieira Soares (2.ª vez; continuação) Alexandre Braga (interino) Augusto Vieira Soares (2.ª vez; continuação) Ernesto de Vilhena (interino) Junta Revolucionária Sidónio Pais Francisco Xavier Esteves (interino) Joaquim do Espírito Santo Lima • António Egas Moniz João do Canto e Castro (interino) António Egas Moniz (continuação) João Alberto de Azevedo Neves (interino) Francisco Couceiro da Costa (interino) José Relvas (interino) Francisco Couceiro da Costa (interino; continuação) Rodolfo Xavier da Silva Alfredo de Sá Cardoso (interino) João de Melo Barreto Francisco Fernandes Costa (não empossado; interino) João de Melo Barreto (reconduzido) Rodolfo Xavier da Silva (2.ª vez) Vasco Borges (interino) Rodolfo Xavier da Silva (2.ª vez cont.) Francisco António Correia • João de Melo Barreto (2.ª vez) Hélder Ribeiro (interino) João de Melo Barreto (2.ª vez; continuação) Domingos Pereira João de Melo Barreto (3.ª vez) António Ginestal Machado (interino) Alberto da Veiga Simões Júlio Dantas José Maria Barbosa de Magalhães Vítor Hugo de Azevedo Coutinho (interino) José Maria Barbosa de Magalhães (continuação) Vítor Hugo de Azevedo Coutinho (interino) José Maria Barbosa de Magalhães (continuação) Domingos Pereira (2.ª vez) Júlio Dantas (2.ª vez) Domingos Pereira (3.ª vez) Vitorino Henriques Godinho João de Barros • Joaquim Pedro Martins Albano Portugal Durão António do Lago Cerqueira (interino) Vasco Borges (2.ª vez)

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Celestino de Almeida José de Freitas Ribeiro António Macieira (interino) Joaquim Cerveira de Albuquerque Artur de Almeida Ribeiro Alfredo Augusto Lisboa de Lima Alfredo Rodrigues Gaspar Joaquim Pimenta de Castro (interino) Teófilo da Trindade José Maria Teixeira Guimarães Junta Constitucional José Jorge Pereira José Maria Norton de Matos Alfredo Rodrigues Gaspar (2.ª vez) António José de Almeida Afonso Costa (interino) • António José de Almeida (continuação) Ernesto de Vilhena Junta Revolucionária João Tamagnini Barbosa Alexandre de Vasconcelos e Sá Alfredo Baptista Coelho José Carlos da Maia Domingos Pereira (interino) João Soares Alfredo Rodrigues Gaspar (3.ª vez) Alfredo de Sá Cardoso (interino) Álvaro de Castro José Barbosa (não empossado) Jorge de Vasconcelos Nunes (não empossado; interino) Álvaro de Castro (reconduzido) Celestino de Almeida (interino) José Barbosa Fernando de Utra Machado Vasco Guedes de Vasconcelos Manuel Ferreira da Rocha • Jaime de Sousa António de Paiva Gomes Tomé de Barros Queirós Celestino de Almeida (2.ª vez) Manuel Ferreira da Rocha (2.ª vez) Carlos Maia Pinto (não empossado) José Eduardo de Carvalho Crato (não empossado) Manuel Maria Coelho Carlos Maia Pinto Tomás Fernandes Francisco Rego Chaves Alfredo Rodrigues Gaspar (4.ª vez) António Vicente Ferreira • Álvaro de Castro (2.ª vez) Mariano Martins Álvaro Bulhão Pato Carlos de Vasconcelos António de Paiva Gomes (não empossado) Henrique Paço d'Arcos Filémon Duarte de Almeida Isidoro Pereira Leite Domingos Pereira (interino) Ernesto Vieira da Rocha

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4.º governo republicano (1912–1913)
Presidente do Ministério
Duarte Leite (1912) • Augusto de Vasconcelos interino (1912) • Duarte Leite continuação (1912–1913)
Duarte Leite, 57.º chefe de governo de Portugal
Ministros
Interior
Duarte Leite (1912) • Augusto de Vasconcelos interino (1912) • Duarte Leite continuação (1912–1913)
Justiça
Francisco Correia de Lemos
Finanças
António Vicente Ferreira (1912) • Francisco Fernandes Costa interino (1912) • António Vicente Ferreira continuação (1912–1913)
Guerra
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Negócios Estrangeiros
Augusto de Vasconcelos (1912) • António Vicente Ferreira interino (1912) • Augusto de Vasconcelos continuação (1912–1913)
Fomento
Aurélio da Costa Ferreira (1912) • Joaquim Cerveira de Albuquerque interino (1912) • Aurélio da Costa Ferreira continuação (1912) • Francisco Fernandes Costa interino (1912–1913
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31.º governo republicano (1921)
Presidente do Ministério
António Granjo Totalidade dos membros do ministério interinos
António Granjo, 81.º chefe de governo de Portugal
Ministros
Interior
Justiça e dos Cultos
Finanças
António Vicente Ferreira
Guerra
António Maria de Freitas Soares
Marinha
Negócios Estrangeiros
Comércio e Comunicações
Colónias
Manuel Ferreira da Rocha
Instrução Pública
Trabalho
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