Matídia Menor

Matídia Menor
Matídia Menor
Nascimento 85
Morte século II
Cidadania Roma Antiga
Progenitores
Cônjuge Lucius Dasumius Hadrianus
Filho(a)(s) Lucius Dasumius Tullius Tuscus
Irmão(ã)(s) Víbia Sabina, Vibia Matidia, Rupilia
[edite no Wikidata]

Míndia Matídia (em latim: Mindia Matidia; 85–depois de 161), mais conhecida como Matídia Menor (em latim: Matidia Minor) ou Matídia, a Jovem, foi uma aristocrata romana de gente desconhecida do final do século I e início do século II. Ela é famosa por ter sido parente de vários imperadores romanos durante sua longa vida.

É conhecida também como Víbia Matídia[1].

História

Matídia Menor era filha de Salonina Matídia com seu segundo marido, um obscuro aristocrata romano chamado Lúcio Míndio[1]. Salonina era sobrinha do imperador Trajano e meio-irmã por parte de mãe de Víbia Sabina, esposa do imperador Adriano, ele próprio um primo de terceiro grau.

Depois da morte de seu pai em 85, Matídia e suas meio-irmãs foram viver com a mãe e a avó na casa do imperador Trajano e sua esposa Plotina. Quando Salonina se casou, o padrasto delas, Lúcio Rupílio Frúgio, também foi morar com elas. Matídia jamais recebeu o título de augusta, não se casou e nem teve filhos, o que era raro na época[2]. Porém ela era uma matrona romana muito rica, culta e influente.

Trajano presentou-a com uma villa perto de onde a moderna cidade de Matigge está hoje localizada. Por conta desta villa, a região ficou conhecida como Insula Matidiae e o nome acabou preservado no nome da cidade italiana. Matídia era bastante competente na gestão de sua fortuna e, quando Víbia Sabina se tornou imperatriz-consorte, as duas passaram a viajar juntas na companhia de seu cunhado imperador.

Matídia patrocinou a restauração do teatro de Sessa Aurunca, provavelmente danificado por terremoto durante o reinado de Antonino Pio (r. 138-161) e sua generosidade foi comemorada com uma estátua encontrada no local. Ela viveu até uma idade avançada e mais do que todos os seus parentes diretos. Já idosa, Matídia se tornou amiga próxima de seu sobrinho-neto, o futuro imperador Marco Aurélio, e da família dele e cujas filhas por vezes ficavam em sua casa.

Como muitas outras mulheres sem filhos, Matídia "atraiu um grande número de bajuladores que esperavam ser lembrados em seu testamento". No leito de morte dela eles selaram seus codicilos (anexos de seu testamento) assegurando sua validade e garantindo que herdariam uma parte de sua enorme fortuna. Matídia deixou para vários membros da família e outros associados a enorme quantia de um milhão de sestércios, suas propriedades e suas várias possessões (como joias e objetos de arte). O administrador do espólio foi a imperatriz Faustina Menor, esposa de Marco Aurélio e filha de sua sobrinha Faustina Maior.

Árvore genealógica

  • v
  • d
  • e
Árvore genealógica da Dinastia nerva-antonina
Q. Márcio Bareia SoranoQ. Márcio Bareia SuraAntônia FurnilaM. Coceio NervaSérgia PlaucilaP. Élio Adriano
Tito
(r. 79–81)
Márcia FurnilaMárciaTrajano paiNerva
(r. 96–98)
Úlpia[i]Élio Adriano Marulino
Júlia Flávia[ii]Marciana[iii]C. Salônio Matídio[iv]Trajano
(r. 98–117)
PlotinaP. Acílio AcianoP. Élio Afer[v]Paulina Maior[vi]
Lúcio Míndio
(2)
Libão Rupílio Frúgio
(3)
Matídia[vii]L. Víbio Sabino
(1)[viii]
Paulina Menor[vi]L. Júlio Urso Serviano[ix]
Matídia Menor[vii]Suetônio?[x]Sabina[iii]Adriano
[v][xi][vi] (r. 117–138)
Antínoo[xii]
Júlia Balbila?[xiii]C. Fusco Salinador IJúlia Serviana Paulina
M. Ânio Vero[xiv]Rupília Faustina[xv]Boiônia PrócilaCn. Árrio Antonino
L. Ceiônio CômodoÁpia SeveraL. Fusco Salinador
L. Cesênio PetoÁrria AntoninaÁrria Fadila[xvi]T. Aurélio Fulvo
L. Cesênio AntoninoL. Ceiônio CômodoFundânia Pláuciaignota[xvii]C. Avídio Nigrino
M. Ânio Vero[xv]Domícia Lucila[xviii]Fundânia[xix]M. Ânio Libão[xv]FAUSTINA[xvi]Antonino Pio
(r. 138–161)[xvi]
L. Élio César[xvii]Avídia Pláucia[xvii]
Cornifícia[xv]MARCO AURÉLIO
(r. 161–180)[xx]
FAUSTINA Menor[xx]C. Avídio Cássio[xxi]Aurélia Fadila[xvi]LÚCIO VERO
(r. 161–169)[xvii]
(1)
Ceiônia Fábia[xvii]Pláucio Quintílio[xxii]Q. Servílio PudenteCeiônia Pláucia[xvii]
Cornifícia Menor[xxiii]M. Petrônio SuraCÔMODO
(r. 177–192)[xx]
Fadila[xxiii]M. Ânio Vero César[xx]Ti. Cláudio Pompeiano
(2)
Lucila[xx]M. Pláucio Quintílio[xvii]Júnio Licínio BalboServília Ceiônia
Petrônio AntoninoL. Aurélio Agáclito
(2)
Aurélia Sabina[xxiii]L. Antíscio Burro
(1)
Pláucio QuintílioPláucia ServíliaC. Fúrio Sabino TimesiteuAntônia GordianaJúnio Licínio Balbo?
Fúria Sabina TranquilinaGORDIANO III
(r. 238–244)
  • (1) = 1ª esposa
  • (2) = 2ª esposa
  • (3) = 3ª esposa
  •   Vinho escuro indica um imperador da Dinastia nerva-antonina

      Vinho claro indica um herdeiro aparente da mesma dinastia que não chegou a assumir o trono

      Cinza indica um aspirante fracassado ao trono

      Roxo indica um imperador de outras dinastias
  • Linhas tracejadas indicam uma adoção; linhas pontilhadas indicam casos amorosos ou relações fora do casamento
  • Minúsculas = pessoas deificadas postumamente (augustos, augustas ou outras)
Notas:

Exceto se explicitado de outra forma, as notas abaixo indicam que o parentesco de um indivíduo em particular é exatamente o que foi indicado na árvore genealógica acima.

  1. Irmã do pai de Trajano: Giacosa (1977), p. 7.
  2. Giacosa (1977), p. 8.
  3. a b Levick (2014), p. 161.
  4. Marido de Úlpia Marciana: Levick (2014), p. 161.
  5. a b Giacosa (1977), p. 7.
  6. a b c DIR contributor (Herbert W. Benario, 2000), "Adriano".
  7. a b Giacosa (1977), p. 9.
  8. Marido de Salonina Matídia: Levick (2014), p. 161.
  9. Smith (1870), "Júlio Servianus".
  10. Suetônio seria um possível amante de Sabina: uma possível interpretação de HA, Adriano 11:3
  11. Smith (1870), "Adriano", pp. 319–322.[ligação inativa]
  12. Amante de Adriano: Lambert (1984), p. 99 e passim; deificação: Lamber (1984), pp. 2-5, etc.
  13. Júlia Bálbila seria uma possível amante de Sabina: A. R. Birley (1997), Adriano, the Restless imperador, p. 251, citado em Levick (2014), p. 30, que é cético em relação a esta hipótese.
  14. Marido de Rupília Faustina: Levick (2014), p. 163.
  15. a b c d Levick (2014), p. 163.
  16. a b c d Levick (2014), p. 162.
  17. a b c d e f g Levick (2014), p. 164.
  18. Esposa de M. Ânio Vero: Giacosa (1977), p. 10.
  19. Esposa de M. Ânio Libão: Levick (2014), p. 163.
  20. a b c d e Giacosa (1977), p. 10.
  21. Pseudo-Dião Cássio (72.22) conta que Faustina, a Velha, prometeu se casar com Avídio Cássio, uma história que também aparece na HA "Marco Aurélio" 24.
  22. Marido de Ceiônia Fábia: Levick (2014), p. 164.
  23. a b c Levick (2014), p. 117.
Referências:
  • DIR contributors (2000). «De Imperatoribus Romanis: An Online Encyclopedia of Roman Rulers and Their Families». Consultado em 14 de abril de 2015 
  • Giacosa, Giorgio (1977). Women of the Césars: Their Lives and Portraits on Coins. Translated by R. Ross Holloway. Milan: Edizioni Arte e Moneta. ISBN 0-8390-0193-2 
  • Lambert, Royston (1984). Beloved and God: The Story of Adriano and Antinous. New York: Viking. ISBN 0-670-15708-2 
  • Levick, Barbara (2014). Faustina I and II: Imperial Women of the Golden Age. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-537941-9 
  • William Smith, ed. (1870). Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology. [S.l.: s.n.] 

Referências

  1. a b Emily Ann Hemelrijk, Matrona Docta. Educated Women in the Roman Élite from Cornelia to Julia Domna, Routledge, London - New York 1999, nota 100 a p.302.
  2. Zaccaria Mari, "Donne e potere al tempo di Adriano", in Adriano, le memorie al femminile, Milano 2004, p.15 e ss.

Bibliografia

  • Birley, A. R. (2009). Marco Aurelio. La biografía definitiva (em espanhol). Traduzido por José Luis Gil Aristu. [S.l.]: Editorial Gredos. ISBN 9788424936129 
  • Canto, A. M. (2003). Las raíces béticas de Trajano (em espanhol). [S.l.]: RD Editores. ISBN 9788495724170 Verifique |isbn= (ajuda) 
  • Reggiani, Anna Maria (2007). Donne al potere nella famiglia Ulpia (PDF). Vibia Sabina, da Augusta a Diva (em italiano). Villa Adriana: [s.n.] [ligação inativa]</ref>