Jô Oliveira

Jô Oliveira
Jô Oliveira
Nascimento Josimar Fernandes de Oliveira
25 de março de 1944 (80 anos)
Ilha de Itamaracá
Cidadania Brasil
Ocupação desenhista de banda desenhada, ilustrador, animador
Página oficial
https://www.obrasildejooliveira.com.br/
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Josimar Fernandes de Oliveira,[1] mais conhecido como Jô Oliveira, (Ilha de Itamaracá, 25 de março de 1944)[2] é um desenhista e quadrinista, formado em Comunicação Social pela Escola Superior de Artes Industriais, na Hungria.

Jô Oliveira publicou quadrinhos no Brasil, na Itália, na Grécia e na Argentina, entre outros países. Influenciado pela literatura de cordel, seu estilo de desenho se assemelha a técnica de xilogravura[3][4] presente nos folhetos de cordel,[5] os mamulengos, a arte de Mestre Vitalino e o São João de Caruaru.[6]

Biografia

Nascido em Ilha de Itamaracá, Pernambuco no ano de 1944, morou em outros estados do país, vivendo sua infância em Campina Grande, Paraíba,[5] aos 14 anos, já morando no Mato Grosso do Sul, descobriu a Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, aos 20 anos de idade, mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar na instituição, teve uma curta experiência como animador, atuando no grupo Fotograma, formado por alunos da Escola de Belas Artes, lançando em 1968, os filmes de animação "O Saci" e "A Pantera Negra".[7] Recebe "menção honrosa" no festival JB-Mesbla[5] Ainda com interesse em animação, procurou embaixadas para conseguir uma bolsa de estudos no exterior,[5] mudou se para Hungria com o objetivo de estudar artes gráficas, onde estudou por seis anos (1969-1975).[5]

Na Hungria, esboçou a ideia de produzir uma animação sobre o folclore brasileiro, criando um storyboard, em 1973, visitou o "Festival Internacional de Quadrinhos de Lucca", na Itália, lá conheceu editores italianos, que sugeriram que transformasse o storyboard do projeto de animação em uma história em quadrinhos.[8][5]

Em 1975, publicou na revista em quadrinhos italiana alterlinus, a história La guerra del regno divino[9] abordando o cangaço, ao voltar ao Brasil, no mesmo ano, se muda para Brasília,[5] no ano seguinte, publicou o álbum A Guerra do Reino Divino pela Codecri, editora do periódico O Pasquim,[10] seu contato com a editora foi o quadrinista Ziraldo, que ele tinha conhecido em 1973, no mesmo Festival de Quadrinhos.[5] Em 1977, publica uma história sobre Zumbi dos Palmares no "Livrão dos Quadrinhos", publicado pela Editora Versus.[10] Em 1979, inspirou o enredo de Carnaval da escola de samba Lins Imperial,[11] que garantiu o segundo lugar para a escola,[12] no mesmo ano, Jô Oliveira publicou na Itália outra história de temática nordestina, L'uomo di Canudos, sobre a Guerra de Canudos na série Un homme une aventure da editora Cepim (atual Sergio Bonelli Editore).[13]

Dentre suas obras, destaca-se Hans Staden - um aventureiro no novo mundo, publicada originalmente em capítulos na revista italiana Corto Maltese em 1989 e lançada no Brasil pela editora Conrad em 2005.[2] Ainda em 2005, a editora Dimensão publicou O grande pecado de Lampião e sua terrível peleja para entrar no céu de Joel Rufino dos Santos com ilustrações de Jô Oliveira.[14]

No Brasil, ele é mais conhecido por ter ilustrado diversos selos dos Correios e por ilustrações de livros didáticos e infantojuvenis, dos quais se destaque uma versão de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll.[15] Também ilustrou cordéis, como Dom Quixote em Cordel de J. Borges[16] e A Peleja de Chapeuzinho Vermelho com o Lobo Mau e O Coelho e o Jabuti de Arievaldo Viana,[17] além de uma versão de O Romance do Pavão Misterioso de José Camelo de Melo Rezende e João Melchíades Ferreira da Silva, escrita por Arievaldo Viana.[18]

Em 2004 foi premiado com o Troféu HQ Mix como Grande Mestre. Em 2009, participou do álbum MSP 50 – Mauricio de Sousa por 50 artistas publicado pela Panini Comics.[19]

Para a Editora Cortez adaptou para quadrinhos As Amazonas - a Conquista do Rio-mar Pelo Capitao Francisco de Orellana Segundo Frei Gaspar de Carvajal, publicada em 2010,[20] no mesmo ano, foi publicado o álbum de quadrinhos, História do Navegador João de Calais e de Sua Amada Constança, desenhado por ele e roteirizado por Arievaldo Viana.[21]


Em 2014, para a editora ilustrou Amarilys , Rei Lear em cordel com textos de Marco Haurélio, a publicação foi lançada em homenagem aos 450 anos do nascimento do dramaturgo inglês William Shakespeare.[22] Em outubro de 2018, teve uma HQ publicada na segunda edição da revista Plaf.[23]

Referências

  1. Hans Staden retorna para banquete canibal
  2. a b «Hans Staden: novo álbum da Conrad». HQ Maniacs. 18 de fevereiro de 2005 
  3. A estética da literatura de cordel nos quadrinhos de Jô Oliveira
  4. Ilustrador veterano, Jô Oliveira participa de evento de quadrinhos na Fundação Casa Grande
  5. a b c d e f g h Magalhães, Henrique (outubro de 2006). «Os quadrinhos guerreiros de Jô Oliveira» (PDF). Marca de Fantasia. Top! Top! (21) 
  6. Criador de primeira graphic novel brasileira sonha em adaptar Ariano Suassuna
  7. A evolução da animação
  8. A arte e o folclore em selos
  9. alterlinus n. 5 - maggio 1975
  10. a b Ota; Ucha, Francisco (janeiro de 2011). «Cronologia dos Quadrinhos - Parte 2». Associação Brasileira de Imprensa. Jornal da ABI (362)  em 2002, pela editora Hedra.
  11. Sidney Gusman. «A Guerra do Reino Divino». Universo HQ 
  12. Lins Imperial - Carnaval de 1979
  13. Jo Oliveira
  14. Bibliografia de 2005 - Prefeitura de São Paulo
  15. Alice no país das maravilhas
  16. Dom Quixote enfrenta Lampião em cordel
  17. Ilustrador e quadrinhista pernambucano Jô Oliveira faz primeira exposição no Estado
  18. Avoa, imaginação
  19. «Review: MSP 50». Universo HQ 
  20. Clássicos em HQ
  21. Haurélio, Marco. Literatura de Cordel: Do sertão à sala de aula. [S.l.: s.n.] 
  22. Bienal do Livro e o fenômeno ‘young adults’ em números
  23. Segundo número da revista Plaf está à venda

Ligações externas

  • Sítio oficial
  • Jô Oliveira no Facebook
  • Jô Oliveira Lambiek
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Troféu HQ Mix de grande mestre (1990 - 2023)
1990 – 1999

1990: Rodolfo Zalla 1991: Flavio Colin 1992: Carlos Zéfiro 1993: Ziraldo 1994: Eugênio Colonnese 1995: Julio Shimamoto 1996: Cláudio Seto 1997: Walmir Amaral 1998: Miguel Penteado 1999: Mauricio de Sousa

2000 – 2009

2000: Getulio Delphim 2001: Edmundo Rodrigues 2002: Gedeone Malagola 2003: Renato Canini 2004: Jô Oliveira • 2005: Luiz Gê 2006: Ignácio Justo 2007: Sergio Macedo 2008: Ypê Nakashima Fernando Ikoma Paulo Fukue Roberto Fukue Minami Keizi 2009: Ciça Zélio

2010 – 2019

2010: Laerte 2011: Paulo Caruso 2012: Marcatti 2013: Rubens Luchetti 2014: Angeli 2015: Watson Portela 2016: Eva Furnari 2017: Luiz Saidenberg 2018: Daniel Azulay 2019: Carlos Edgard Herrero

2020 – presente

2020: Miguel Paiva 2021: Maria Aparecida Godoy 2022: Marcelo Campos • 2023: Michele Iacocca

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