Invasão de Corumbá

Invasão de Corumbá
Parte da Campanha do Mato Grosso na Guerra do Paraguai

Forte Novo de Coimbra
Data 27 de dezembro de 1864 - 4 de janeiro de 1865
Local Corumbá, Império do Brasil
Desfecho Vitória paraguaia
Beligerantes
 Paraguai  Império do Brasil
Comandantes
Paraguai Vicente Barrios Império do Brasil Hermenegildo de Albuquerque Porto Carrero
Forças
5000 homens 195 homens
Baixas
44 mortos
168 feridos
212 ao todo[1]
33 mortos
23 feridos
56 ao todo[2]
Guerra do Paraguai
Campanha do Mato Grosso
Campanha de Corrientes
Campanha de Humaitá
Campanha do Piquissiri
Campanha da Cordilheira

A invasão de Corumbá, no contexto da Guerra do Paraguai, foi a primeira movimentação paraguaia dentro do território brasileiro, dando início à campanha do Mato Grosso. No dia 23 de dezembro de 1864, Solano López enviou cerca de cinco mil soldados através do rio Paraguai sob o comando de Vicente Barrios. Essa coluna atacou o Forte Novo de Coimbra no dia 27, capitulando três dias depois; avançaram em direção de Albuquerque, atingindo Corumbá em 4 de janeiro de 1865.

A invasão

Ver artigo principal: Campanha do Mato Grosso

López destacou cerca de nove mil soldados divididos em duas colunas, sendo uma comandada pelo coronel Vicente Barrios e outra comandada pelo também coronel Francisco Isidoro Resquín. A segunda coluna, que contava com quatro mil soldados, foi responsável pelas operações mais ao sul da província de Mato Grosso no território entorno de Dourados, tomada em 29 de dezembro de 1864. Já a primeira coluna, de cerca de cinco mil homens, tinha como missão invadir Corumbá e territórios mais ao norte, chegando até Coxim.[3]

Ataque ao Forte Coimbra (Monumento aos Heróis de Laguna e Dourados, Urca, Rio de Janeiro - RJ).

O primeiro obstáculo foi o Forte de Nova Coimbra, construído pelos portugueses no século XVIII. Os paraguaios, divididos em cinco batalhões de infantaria e duas colunas de cavalaria, avançaram sobre o forte no dia 27 de dezembro de 1864, que era defendido por apenas 195 brasileiros (155 militares e guardas nacionais e o restante civis), sob o comando do tenente-coronel Hermenegildo de Albuquerque Porto Carrero, o Barão de Forte Coimbra. No forte havia cerca de 31 peças de artilharia, com apenas 12 delas funcionando. Os paraguaios enfrentaram feroz resistência por parte dos brasileiros que, durante três dias, impediram a tomada do forte. As esposas e familiares dos oficiais e praças prepararam cartuchos de pólvora, ataduras, e atenderam como possível os feridos. Sem recursos para resistir e distante de reforços, o forte foi evacuado em ordem, na noite de 28 para 29 de dezembro, na canhoneira Anhambaí. O forte (e a bateria fronteira, no Morro da Marinha[4]) permaneceu ocupado pelas forças paraguaias até abril de 1868, quando o abandonaram, conduzindo a sua artilharia e tudo o que nele existia.[3]

Vencido este obstáculo, a coluna rumou em direção de Corumbá, seguindo a trilha de Porto Carrero, passando e invadindo sem luta o distrito de Albuquerque em 1 de janeiro de 1865. No dia 4 de janeiro, os paraguaios alcançaram Corumbá que no momento era comandada pelo Coronel Carlos Augusto de Oliveira. Quando soube que os paraguaios haviam chegado na cidade, colocou suas tropas num barco e subiu o rio rumo a Cuiabá deixando os cerca de mil habitantes entregues à própria sorte. Tal ato enfureceu os militares locais que categorizaram Oliveira e demais oficiais responsáveis pela fuga de covardes. Os paraguaios saquearam inteiramente a cidade enviando os homens para trabalhos forçados no Paraguai e deixando apenas crianças e mulheres que também foram obrigadas a fazer trabalhos forçados para os paraguaios na cidade.[5]

A força total de soldados brasileiros destacados na província de Mato Grosso chegavam a pouco mais de 800 homens. Diante disso e do fato da região ser extremamente remota, a invasão paraguaia foi um sucesso. As tropas de Barrios avançaram até a distante Coxim, centenas de quilômetros ao leste no Mato Grosso.[carece de fontes?]

Referências

  1. Schneider, L. (Luiz) (1902). «A Guerra da Triplice Alliança (Imperio do Brazil, Republica Argentina e Republica Oriental do Uruguay) contra o governo da Republica do Paraguay (1864-1870) com cartas e plano». Volume 1: p. 159. Consultado em 18 de maio de 2023  !CS1 manut: Texto extra (link)
  2. Schneider, L. (Luiz) (1902). «A Guerra da Triplice Alliança (Imperio do Brazil, Republica Argentina e Republica Oriental do Uruguay) contra o governo da Republica do Paraguay (1864-1870) com cartas e plano». Volume 1: p. 159. Consultado em 18 de maio de 2023  !CS1 manut: Texto extra (link)
  3. a b Borga 2015, p. 40.
  4. Barreto 1958, p. 303.
  5. Borga 2015, pp. 40-41.

Bibliografia

  • Barreto, Aníbal (1958). Fortificações no Brasil (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: BIBLIEX 
  • Borga, Ricardo Nunes (2015). QuestÕes Do Prata - Guerra da Tríplice Aliança, O conflito que mudou a América do Sul 2 ed. Rio de Janeiro: Clube de Autores 
  • v
  • d
  • e
Campanhas: Mato Grosso • Corrientes • Humaitá • Piquissiri • Codilheira
Participantes
Aliados
Paraguai
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