Bandeira do Império do Brasil


Bandeira Imperial
Bandeira Imperial
Aplicação
Proporção 2:3
Adoção 18 de setembro de 1822
Criador Dom Pedro I
Tipo Nacional

A Bandeira do Império do Brasil foi a primeira bandeira oficial do Brasil independente de Portugal, sendo adotada como símbolo nacional de 18 de setembro de 1822, dia em que Dom Pedro I escreveu o decreto que a oficializou[1], até 15 de novembro de 1889, data da Proclamação da República. A bandeira consiste em um paralelogramo verde sobreposto por um losango dourado, ficando no centro deste o escudo de armas do Império do Brasil.

A bandeira, junto com o brasão de armas do Império do Brasil, foi adotada 11 dias depois da proclamação da independência às margens do Rio Ipiranga. A pedido de Dom Pedro, José Bonifácio referendou o decreto da criação da bandeira, fato esse que originou o mito popular de que a bandeira teria sido criada por ele.

Protótipo de Jean-Baptiste Debret

Tendo a nobreza e a família real portuguesa se mudado para o Brasil devido à invasão de Napoleão Bonaparte e a capital do Império Português sendo transferida de Lisboa para o Rio de Janeiro, o Príncipe Regente Dom João VI viu como necessário ampliar o status do Brasil, que até então era uma colônia portuguesa. Consequentemente, em 1815, o Brasil foi elevado a Reino Unido, junto de Portugal e do Algarve, e o antigo título de "príncipe do Brasil" para o príncipe regente foi transformado em "Príncipe Real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves", sendo os únicos portadores deste título João VI, desde a data em que o título foi criado até a morte de sua mãe Dona Maria I de Portugal, e seu filho Pedro IV de Portugal, posteriormente Pedro I do Brasil.

Desse modo, em meados de 1820 o rei Dom João encomendou do artista Jean-Baptiste Debret um pavilhão, possivelmente para ser usado pelo príncipe do Reino Unido[2], que depois seria modificado por Dom Pedro para criar a bandeira do Império brasileiro. Sua bandeira compreendia um losango amarelo em fundo verde, tendo uma esfera armilar com a cruz da Ordem de Cristo sob dois ramos de tabaco e café, rodeados de dezenove estrelas, com a maior delas abaixo da coroa real.

Evidentemente, Debret se inspirou em bandeiras militares da Revolução Francesa e da Era Napoleônica para criar o estandarte, já que o elemento do losango teria se popularizado entre os franceses depois da queda da bastilha. Em geral as bandeiras revolucionárias francesas apresentavam um losango branco rodeado de triângulos azuis e vermelhos alternados com cruzes no meio, tendo no centro uma espada com um barrete frígio, dois ramos de oliveira e trigo, um báculo, uma pá e a inscrição "Vis unita major nunc et semper"[3].

  • Bandeira feita por Debret
    Bandeira feita por Debret
  • Bandeira do Primeiro Regimento da Guarda Imperial Napoleônica
    Bandeira do Primeiro Regimento da Guarda Imperial Napoleônica
  • Decreto de mudança da coroa real para coroa imperial em 1 de dezembro de 1822, (Arquivo Público da Bahia).
    Decreto de mudança da coroa real para coroa imperial em 1 de dezembro de 1822, (Arquivo Público da Bahia).
  • Formato antes da mudança da coroa real para coroa imperial.
    Formato antes da mudança da coroa real para coroa imperial.

As cores nacionais

Edição do Correio do Rio de Janeiro com os decretos de criação da bandeira, brasão e do laço nacional, 1822. No decreto do laço nacional as cores verde e amarela representam a riqueza e a primavera eterna do Brasil.

Após a proclamação da independência D. Pedro estabeleceu o verde e o amarelo dourado como as cores nacionais do Império, as cores que estão presentes na bandeira e no laço imperial, que junta os ramos de café e tabaco no brasão de armas imperial. São as cores que representam as casas imperiais brasileiras, assim como o verde representa a cor dos serpes nas armas da Dinastia de Bragança, e o amarelo representa a cor dourada nas armas da Casa de Habsburgo-Lorena. No entanto, embora o verde represente os dragões no brasão dos Bragança, esta cor não representa a casa real portuguesa, ao contrário do azul, branco e vermelho, essas sim as cores de Bragança presentes no escudo de armas da família. Segundo Joaquim Norberto, D. Pedro também considerava as cores verde e amarela como representantes da riqueza e da primavera eterna do Brasil [4].

Referências

  1. «Coleção das leis do Brasil/1822/Decreto de 18 de setembro de 1822 (3) - Wikisource». pt.wikisource.org. Consultado em 3 de fevereiro de 2023 
  2. «O Cruzeiro : Revista (RJ) - 1928 a 1985 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 3 de fevereiro de 2023 
  3. Clovis Ribeiro. Brazões E Bandeiras Do Brasil Clóvis Ribeiro (em Portuguese). [S.l.: s.n.]  !CS1 manut: Língua não reconhecida (link)
  4. SILVA, Joaquim Norberto de Souza; Revista do Instituto Historico Brasileiro, vol 53, 1.ª parte, pag. 250.